quarta-feira, 28 de abril de 2010

Viola e lembrança


Com meu jeito simples pego esta viola,
Os primeiros acordes me empolgam,
Sinto o cheiro do mato e do entardecer,
Vejo minha mãezinha retornando da cozinha,
O meu pai tirando o chapéu e colocando-o no prego,
Minhas irmãs e meus irmãos indo para a grande sala,
Em volta da mesa as crianças estão sorrindo,
Antes de sentarem para a refeição dão as mãos e ajoelham,
Após rezarem e agradecerem a oportunidade de ter o alimento,
Começa a ceia, todos em silêncio, pois papai entende que tem que ser assim,
Após papai acabar as crianças estão liberadas para se levantarem e se ocuparem,
Em pouco tempo o relógio marca nove horas da noite,
A minha mamãe chama os filhos e cada menino segue para o quarto dos meninos,
As meninas vão para o quarto das meninas,
Tanto em um como em outro aposento existem beliches,
É hora de dormir,
Papai e Mamãe após as crianças se recolherem caminha para cada quarto,
Beijam e rezam outra vez com as crianças.
Ninguém chora ou reclama, a vida é assim e pronto.
São felizes, o galo vai despertá-los as quatro da manhã,
Se a vida der oportunidade serão os futuros fazendeiros,
Caso contrário serão enterrados numa cova rasa,
Seus documentos serão queimados e seus nomes esquecidos,
Costume é costume.

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