*relatos de um anjo
Os humanos gostam de histórias e os anjos não possuem o mecanismo do esquecimento, logo eu tenho casos interessantes para contar.
É difícil se organizar no tempo, ainda mais para um anjo que não precisa se importa com o passar dos dias. Logo, essas memórias não serão em uma ordem cronológica exata.
Eu sempre vou a lugares que as pessoas consideram misteriosos. Eu sou um anjo considerado de ajuda, pois faço as pessoas enxergarem o sobrenatural como normal.
Há muitos anos recebi um chamado para ir a umas regiões montanhosas, que ficavam naquela época no Chile, pois lá, fogo brotava do chão, fumaça enchia o ar e um cheiro azedo maltratava os narizes daquele lugar.
Cheguei segundos depois do chamado celestial e percebi que era um vulcão que havia entrado em atividade. Ele já havia devastado plantações, matado animais e algumas pessoas.
A população estava apreensiva, mas feliz, considerava que a deusa natureza estava se manifestando. Cheguei como viajante. Fui bem recebido. Depois de um tempo os ajudei a entender o fenômeno.
Na hora de ir embora eu já havia me simpatizado com eles e eles comigo. Pensei em como fazer para eles não se esquecerem de mim. Como anjos possuem algumas habilidades resolvi usar uma. Realizei algo simples, esculpi em uma rocha um unicórnio, o coloquei bem na entrada da cidade e fui embora.
No outro dia, produzi neve e a cidade acordou branca, gelada e com um unicórnio na entrada. Ficaram felizes, radiantes e foram me procurar, mas eu já tinha partido, olhava de longe a cena e já sentia saudades de pessoas tão bondosas, que guardam até hoje, com muito cuidado, aquela escultura de pedra.
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