quarta-feira, 30 de junho de 2010

Enchentes no Nordeste


Nas últimas semanas tem chovido muito no Nordeste, mas especificamente em Alagoas e em Pernambuco, Estados que sofrem com históricas cheias dos seus rios. O quadro é pitoresco, anormal e de extremo pesar.

Os Estados atingidos são pobres, a população vitimada é humilde. A situação caótica deixou a população sem as mínimas condições de higiene e saneamento.

A força da natureza produziu estragos milionários, destruiu em segundos centenas de residências, prédios públicos, pequenas barragens e deixou muita coisa submersa.

Das tragédias naturais a enchente é uma das piores, pois suas consequências são duradouras. É preciso esperar a água retornar aos seus leitos e depois reconstruir as cidades, retirando a lama, fazendo novas moradias, novas escolas etc. É, sobretudo, imprescindível resgatar o ânimo das pessoas.

Nos dois Estados, infelizmente, muitas pessoas ainda estão desaparecidas. Foram levadas pelas águas, provavelmente estão mortas em algum canto daqueles “rincões”.

A água desrespeitando o limite dos leitos dos rios abraçou e destruiu ruas, casas, animais e tudo aquilo que servia de obstáculo para o seu triunfo e domínio absoluto. Nestas cidades os níveis da água dos rios ainda estão altos. Além disso, a chuva não pára. O perigo de novas enchentes ainda é real.

Os mais abastados estão com as mesmas dificuldades daqueles que antes do “desastre” já eram menos favorecidos. As perdas ultrapassam a noção do dinheiro. Diversas famílias perderam seus entes queridos, seus empregos e seus documentos. Enfim, perderam suas histórias.

Por todos os lados há choro, lamentação e tristeza. As famílias desabrigadas estão em lugares precariamente improvisados, muitas estão em residências que correm riscos de desabamento. A ordem pública, com a ajuda da Defesa Civil, de voluntários de diversas regiões do país e até mesmo do exterior vai ser restabelecida aos poucos.

O governo de cada Estado atingido e o Federal liberam verbas para as necessidades de primeira ordem, roupas e mantimentos são distribuídos. Algumas cidades, que ficam em áreas mais isoladas e de difícil acesso ainda clamam por socorro, que pode tardar para muitos, que sucumbirão na espera.

Nós aqui, tão longe daqueles Estados, geograficamente falando, mas tão próximos pelo sentimento de compaixão e solidariedade também podemos ajudar com donativos. Podemos doar roupas e alimentos, bem como fazer uma prece.

Em uma das tantas matérias jornalísticas que tem saído sobre as enchentes do Nordeste, lembro-me de um menino servindo de guia para a repórter e ele descrevia tudo o que tinha no lugar antes da enchente. E dizia: “ali tinha uma lanchonete, ali um bar, ali era um ferro velho...”. No final da entrevista, ele disse: “não foi culpa de Deus, foi culpa da água”.

A expressão dele foi singela, mas de uma grande sabedoria, procurar culpados, como sempre acontece após catástrofes é contraproducente. O jeito é levantar a cabeça e colocar as mãos para trabalhar.

Fico com a esperança de que as causas e as possíveis ações preventivas, que evitaria esta tragédia ou que pelos menos aplacasse sua força destruidora, sirvam de objetos de estudos e de ponto de partida para a implantação de grandes ações governamentais que realmente instigue a população a colaborar com o meio ambiente e com eles mesmos.

Por fim, deixo o convite para pensarmos: caso eu fosse uma das vítimas da enchente do Nordeste, o que eu gostaria que as pessoas solidárias fizessem por mim?

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