terça-feira, 16 de novembro de 2010

Ciclo



Pedi-te tão pouco,
Fugiste, negaste sem desculpas,
Apenas o teu silêncio aos poucos foi me deixando louco,
Adoeci, padeci sem entender as tuas regras...

Tentei te esquecer,
Mas você sempre saía do labirinto em que eu te metia,
Entendi que para te deixar eu deveria me perder,
Aos pouco fiz isso, mas como esse exercício doía...

Os anos passaram,
Os meus amigos se casavam,
O meu vigor e o meu ânimo aos poucos cessavam,
Fui sumindo, espiritualmente alheio sobre o que de mim pensavam...

O significado de toda essa doação veio tarde,
Entendi que somente eu perdi sendo um covarde,
Em uma madrugada fria sem alarde,
Deixei de existir, duvido que alguém tenha percebido a verdade...

Enterraram o meu corpo sem lamentação,
Assisti impassível, parecia uma ilusão,
Nunca pensei como eu ficaria num caixão,
Fiquei parecendo outro homem, quanta decepção...

Aos poucos tentei organizar meus pensamentos,
O racional estava fácil, claro, sem sentimentos,
Caminhei sem dificuldades,
Eu já não sentia saudades...

Nem me dei conta, mas me esqueci de todos,
Era novamente um disco virgem,
Esqueci minha origem,
Enfim, estava pronto para voltar e encarar outros trabalhos.

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