domingo, 14 de novembro de 2010

Galera Zumbizada


Eu fiquei conhecendo esse apelido dado para o pessoal que acompanhou o campeonato mundial feminino de vôlei na transmissão televisiva da final entre Brasil e Rússia, achei legal, pois o povo que assistiu fielmente aos jogos realmente tiveram que se adaptar aos jogos bem cedo ou mesmo de madrugada, pois o campeonato aconteceu no Japão.

Acabei acompanhando este campeonato mundial de vôlei pelos jornais. A semi-final, segundo disseram, foi uma vitória épica e a final também vaticinaram que iria ser uma “pedreira”, resolvi, então, levantar-me cedo e assistir o jogo.

As meninas do Brasil foram excelentes e as da Rússia também, mas o Brasil começou arrasador, chegou a abrir sete pontos de vantagem, dez a três. Porém as russas, fazendo valer o estereótipo de meninas de gelo não se impacientaram e foram chegando, encostando no placar. Foi pedido tempo aqui e ali. O jogo empatou, vinte e um a vinte um. O Brasil se doou um pouquinho mais e fechou vinte e cinco a vinte um. Um “set” a zero.

O vôlei é dinâmico, os pontos são definidos em segundos, as possibilidades de vitória e de derrota são imensas tanto para uma equipe quanto para outra. O intervalo entre um “set” e outro é pequeno quase não dá para “estourar” pipocas.

O segundo “set” as russas começaram melhores, as brasileiras começaram a errar, mas continuavam muito concentradas no jogo. A cada ponto muita vibração. Os ataques russos eram bons, a atacante Gamova chegava a quase um metro acima da rede, as brasileiras sofriam para bloquear. No ginásio a torcida abrasileira era em maior número. As russa abriram oito pontos e foram mantendo, chegaram vinte a doze. O “set” foi escoando. O Brasil até demonstrou uma iniciativa de resistência e de correr atrás do resultado, mas as russas fecharam o “set” em vinte e cinco a dezessete. Com a vitória neste “set” o jogo ficou empatado em um a um.

O vôlei feminino impressiona em razão de diversos aspectos, desde as habilidades de impulsão das meninas, a inteligência tática, a capacidade de contra-ataque das equipes até o poder de liderança e motivação dos técnicos. O do Brasil mais efusivo e o russo bem mais contido.

Começou o terceiro “set”, bastante equilibrado, o Brasil foi ditando o ritmo. A Scheila estava impecável, fez muitos pontos. O Brasil todo estava muito bem e as russas sentiram, mas não se entregavam, ofereciam resistência. Porém, o Brasil continuou soberano e fechou o “set” em vinte e cinco a vinte. Dois a um para o Brasil em “sets”.

No quarto “set” o equilíbrio permaneceu. Entretanto, a vantagem agora era da Rússia. O técnico Zé Roberto no tempo em que pediu solicitou que a equipe "recomeçasse", a fim de buscar a igualdade no placar. Mas as russa estavam implacáveis, chegaram a abrir dezenove a nove. Finalmente fecharam o “set” em vinte e cinco a quatorze. O jogo estava novamente empatado.

O jogo foi para o “set” de desempate, o mais importante desde a vitória da final das olimpíadas. O Brasil começou bem e a Rússia também. O jogo estava emocionante. Era um ponto brasileiro e outro russo. As expressões eram de concentração, mas o nervosismo estava presente. O ginásio era brasileiro, vaiava as russas e apoiava as brasileiras. O esporte tem essas emoções, há quatro anos as russas ganharam do Brasil e agora o que aconteceria?

A atacante Gamova continuava incrível. A Rússia fez quatorze a onze. O sonho começava a distanciar e no ponto seguinte o sonho desapareceu. A Rússia ganhou.

O Brasil foi protagonista, chegou na final de forma brilhante. As russas choraram de alegria, tirando um pouco a ideia pré-concebida de que são sempre frias e indiferentes.

E assim, a final do campeonato mundial feminino de vôlei ficou para trás, saiu de cena para se transformar em passado, em história a ser contada. Parabéns meninas! O Brasil também deve prestigiar o segundo lugar, vocês mais uma vez demonstraram suas qualidades, valores e amor as cores do nosso país.
Meninas, desejo sucesso e melhor sorte da próxima vez.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigado. Fica com Deus.