terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Incoerência


Confundo-me entre o começo e o fim,
Perco-me no meio do não e o do sim,
Trabalho em sonho e durmo na repartição,
Bebo bolo e como água, mas sem intenção,
Esqueço o que tinha que fazer e penso nela,
Saio de casa pelo telhado e entro pela janela,
Corro na piscina e pratico natação no asfalto,
Converso em pensamentos e imagino coisas que vejo,
Adoro o silêncio e o barulho de um percevejo,
Não quero o que desejo e morro pelo que não faço,
Visto panos e roupas prontas eu traço,
Complico por ser simples, sou positivista por ser imoral,
Por ser demais moralista, adoro o velho jovial,
Adoro o sertanejo do carnaval,
Por mim teria axé com maestro,
E daí se o avesso é o lado certo?
O meu cachorro mia e o meu gato latia,
Na privada há louça e o papel higiênico está na pia,
Por medo se dorme e pela coragem se enlouquece,
O fantasma existe e o homem nunca padece,
Amarro uma linha no pardal e o solto,
Se ele voltar é porque nunca foi de seda, cola e vareta,
Acabo agora, mas para mim já havia terminado faz tempo!

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