domingo, 27 de fevereiro de 2011

O cão


O cãozinho era a festa da casa. O casal sem filhos só possuía aquele cão de raça pequena, arisco, carinhoso e que tinha uma coloração toda especial. O focinho do cão era negro e o seu corpo tinha as cores branca e preta. Ele era muito engraçado.

Com a idade de três anos o cãozinho que ficava sempre preso acabou fugindo. O casal ficou triste e preocupado. Foram procurá-lo. Depois de muito esforço em vão, as forças foram embora e o casal não encontrou o cão.

Transcorrido um mês da fuga o casal passeando pelo bairro ouviu um latido conhecido. Era o cãozinho, que chamava os seus donos com um potente latido.

O casal ficou muito feliz e foram conversar com os donos da casa, para recuperar o cãozinho. Nesse momento veio a surpresa. O dono explicou como o cão havia chegado. O cão se apaixonara por uma cadelinha, que era a cachorrinha de estimação da casa. Ele havia ficado chorando do lado de fora do portão e a cadelinha chorava do lado de dentro da residência. Então, o dono da cadelinha deixou o cãozinho entrar.

Os cachorros ficaram juntos e cãozinho ficou perdidamente enamorado. Mas, o casal, dono do cãozinho o levou para casa. Estavam radiantes. O cãozinho estava triste. Na primeira oportunidade que o cão teve “escalou” o portão da sua casa e voltou para a da cadelinha amada.

Os donos do cãozinho durante seis meses tiveram o trabalho de ir buscar o pequeno cão uma dúzia de vezes na casa da cadelinha até que tiveram a ideia de castrá-lo. O casal levou o cãozinho para ser castrado e depois da cirurgia pensaram que o cãozinho iria parar com aquela ideia fixa de ir atrás da cadelinha. Puro engano. Ele voltou a procurar a cadelinha.

Por circunstância da vida a cadelinha e os donos mudaram-se para outra residência. O cãozinho voltou a procurar a cadelinha. Chegou até a residência “escalou” o portão e entrou no quintal. O cheiro da cadela ainda estava lá, só havia o cheiro, ela havia partido.

O Cão esperou, esperou e esperou. Porém, a cadela e os donos não voltaram. Passado um dia de espera quem apareceu foi o dono do cãozinho. O dono percebeu o estado de abandono da casa e logo concluiu que não havia mais ninguém morando na casa.

O cãozinho voltou resignado para casa, mas deixou de comer, de beber água e de latir. Entrou na sua casinha e não queria mais sair. O casal teve paciência, cuidaram do cão e aos poucos ele voltou a ser feliz. O cãozinho, nunca mais se apaixonou, mas sempre foi carinhoso com os donos. Morreu com quinze anos de idade e foi enterrado no quintal da residência do casal, onde plantaram uma goiabeira.

A vida do cãozinho foi boa e ele foi inesquecível na vida do casal, que tiveram filhos, mas nunca adotaram outro bicho de estimação.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigado. Fica com Deus.