sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Um povo interessante


A tarde foi caindo lentamente. O dia sumiu e a noite predominou. Em pouco tempo a escuridão dominava o céu. As estrelas e a lua apareceram e todos do “acampamento” foram deixando seus abrigos.

Caso fosse possível alguém dos dias atuais presenciar a cena que se passava, seria para esta pessoa intrigante. As pessoas estavam reunidas em círculo. Silenciosas olhavam para os céus.

As expressões eram de alegria, mas era uma alegria muda. Ao que parecia, a euforia estava contida. Logo começou o ritual. Era uma dança ritmada, com projeções estranhas dos troncos, das cabeças e dos ombros. Havia pouco para entender. Uma tradição se aprende durante anos, é difícil ser ensinada sem a prática.

Era um culto à noite. As pessoas entregavam o dia para o deus da noite. No início do outro dia entregariam a noite para o deus do novo dia e assim sucessivamente. Agradeciam a natureza. A fala não era ainda desenvolvida, mas havia comunicação.

Este povo possuía paz. Era grato, gentil e com a expectativa de vida muito baixa. Porém viviam em comunidade e se integravam com a natureza. Entendia as questões de energia e de espiritualidade, sem conhecer estes termos. Era outro tempo...

Aos poucos aquele povo foi sumindo e a tradição foi sendo diluída, hoje é só história, guardada em cavernas, pedras polidas e no gelo. Que povo interessante...

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