domingo, 10 de abril de 2011

Filhos nossos e seus


O seu cabelo chega perto dos olhos. A sua mão é pequena. A sua tristeza é intensa. A sua alegria é contagiante. O seu jeito é carinhoso. A sua expressão é de curiosidade. A sua docilidade é imensa e já o faz inesquecível.


A sua idade vai aumentando e as suas habilidades também. As qualidades são tantas que não é possível enumerá-las. Os seus detalhes são poucos, inerentes ao desenvolvimento do seu cérebro.


A sua risada ilumina uma vida. As suas perguntas indagam a alma. As suas observações são pertinentes. A sua capacidade de argumentação é incrível. As suas dores infantis são simples, mas todas explicadas oportunamente.


O seu sono tranqüilo e a sua feição bonita encantam tanto, que não é possível não passar pelo seu quarto sem dar lhe um beijo. A maneira um pouco agitada é intrínseca a meninice. A energia é tamanha que canalizá-la é tarefa hercúlea.


O seu toque simples. O seu abraço pequeno. O seu beijo ainda molhado e a sua necessidade de uma proximidade, de um cafuné e de um encorajamento mais pontual são sublimes.


As coisas um dia vão mudar, por ordem lógica do desenvolvimento. Hoje as suas vontades são pequenas. Os seus anseios são tão singelos, que facilmente são atendidos.


Em cada canto dessa existência é possível reconhecer Deus. É possível através de um simples caminhar entender que a vida é mais vida, quando se há carinho e abnegação, por causas que não se explicam que apenas se sentem.


O homem que precisa de aplauso é um louco. Em alguma esquina da vida quem necessita de profundo reconhecimento vai se achar sozinho, longe de qualquer holofote. O importante é ter simplicidade e reconhecimento do que é perene.


O ser humano recebe aquilo que plantou e uma das mais profícuas sementes é a da paternidade. Com as peculiaridades que lhes são atinentes os pais são diferentes em energia, carinho e capacidade de interagir. Alguns contam histórias, outros jogam futebol, brincam com suas filhas de brincadeiras tradicionais ou com jogos eletrônicos, mas todos sem exceção trazem um amor maior do que a própria existência.


Os momentos com um filho são indescritíveis, ainda mais quando são tão dependentes, indefesos e carentes. As pequenas alegrias são raros presentes, arrancar sorrisos e agradecimentos de rostos tão angelicais é divino.


No final dos dias de um homem pouco vai importar quem ele foi, com que ele almoçou, quem o homenageou, com que ele tirou fotografias. As obras que um ser humano faz é que os torna imortais. A maior obra que um homem pode ter é a ter cuidado de alguém, quando esse alguém não poderia fazê-lo sozinho, daí surgiu à crença que um filho é o maior legado de um ser humano.


Que Deus abençõe a todos os que puderam um dia sentir o abraço pequeno de uma criança, que se torna imenso, dentro dos corações que possuem amor.

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