sábado, 2 de abril de 2011

Fragmentos...



Nem espere, ele se foi e não volta. As coisas de quando em quando são assim...
Esqueça da esmola o mendigo ficou rico, barbeou-se e agora ministra palestras...
O canto acabou, pois a voz ficou rouca e não mais foi ouvida, houve lamento...
A chuva caiu e ninguém providenciou um guarda-chuva, os olhos permaneceram secos...
O sorriso brotou nos lábios grossos e morreu sem ser admirado...
A felicidade veio, tirou a sanidade, na esquizofrênia eles ficaram bem...
O rancor no rosto cansado fez nascerem rugas, que acrescentaram solidão...
A conquista não prestigiada desbotou e foi substituída por um ranço "intragável"...
O dinheiro ainda cheirava a tinta quando desvalorizado foi parar no museu...
O toque inocente despertou curiosidade e uma história fez nascer...
A surpresa da entrega e as seduções inoportunas selaram um compromisso não permitido...
A desilusão e a falta de vontade da compreensão fizeram surgir o incômodo momento...
A querência e o desejo de ser notado o levaram ao abraço que mais tinha cheiro do que calor...
A música ainda tocava quando o texto lhe foi apresentado por um sereno pensador...
O copo vazio, a garrafa deitada e o cigarro queimado indicaram que o fim havia chegado...
O rosto despreocupado e a boca pintada o enlouqueceram e o levaram a balbuciar...
A fortaleza ruiu e ele comemorou quando percebeu que havia cumprido seu destino...
Com um olhar para trás ele se foi e sumiu no horizonte que parecia feito de água...
O adeus surgiu tímido, mas não foi esquecido, tudo esteve a ponto de ser eterno...
A cortina se fechou, houve aplauso e foi escrito uma história, que muitos leram...
Em casa, deitado na cama de barriga para cima e com a mente vazia, enfim, ele teve paz.

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