O apagar do fogo é como o
extinguir de uma vida, pois tremula, lança suas últimas iluminações e parte de
onde surgiu, a fim de confundir os sábios, deixar intrigados os observadores e
perturbar os incrédulos.
Uma vida é um tempo, tal qual é
um beijo, um abraço, uma dor, um pesar, um sorriso, um diálogo, uma declaração e
um afago. Ao passo que uma saudade é semelhante a uma pausa, a um levantar em
câmera lenta e a uma lágrima que segue outra.
A iluminação de uma existência consiste
na propagação do bem, na felicidade compartilhada, na mão estendida, no coração
altruísta e na capacidade de enxergar no outro a sua própria vida.
A sabedoria é percebida até pelos
incautos, pois traz paz para quem a possui e aos que rodeiam o sábio. É
possível que não haja o sábio regular, mas todo homem que conseguiu vencer os
anos foi em algum momento sábio. A burrice é trevas, mas até na mais temível
escuridão há momentos de luz.
A falta de bons sentimentos e a
entrega dos pensamentos aos fatos que machucaram e causaram ressentimentos,
calam fundo na alma do homem e da mulher e aos poucos retiram a vivacidade das
ações.
E assim partem-se os vivos, tornam-se
lembranças e após as décadas passarem eles serão o nada outra vez. Acabou-se a
estrela e chegou a nuvem. E o processo do amor, apenas ele, foi realmente
importante, pois como diria o profeta: “tudo passa apenas o amor permanece”.
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