A vida que tivera parecia agora um sonho, recordava-se apenas de algumas passagens. Os rostos dos seus parentes e amigos eram borrões. Os detalhes lhe escapavam do pensamento. Porém, ele se sentia muito lúcido e consciente da sua presença viva em algum local, que lhe era vagamente familiar.
Ele olhou para os seus trajes e percebeu que a sua roupa era brilhante, mas de uma cor suave que ele conhecia, uma espécie de verde. Apenas as suas mãos estavam descobertas. O calçado era confortável. Ele reparou que as suas mãos eram novamente novas, sem rugas e ficou intrigado, pois este detalhe ele ainda se recordava, pois suas mãos estavam sulcadas profundamente quando as viu na última oportunidade.
O lugar onde ele se achava era amplo e de uma natureza exótica, com exuberantes árvores, que carregavam maravilhosos frutos. As flores de diversas cores enchiam a planície de beleza. Então, ele se indagou se estava no céu ou em uma espécie de paraíso.
Com esta indagação na mente ele começou a ouvir uma música tranqüila, vinda de algum instrumento de corda, talvez violino. Em seguida uma voz suave começou a cantar uma canção que falava de amor, vida e eternidade. Era tão gostoso ouvir aquela voz melodiosa, que ele nem conseguiu se dar conta se vinha de um homem ou de uma mulher.
Ele fechou os olhos extasiados e começou a entrar em uma espécie de transe e os sons se confundiram e Ele dormiu e assim ficou por muitos anos terrestres. Ele não soube onde estava quando acordou. Porém, sentia-se feliz, e com uma graça refinada recebeu outra vez a missão de retornar para retomar aprendizados não assimilados.
Com outra oportunidade, ele recebia algumas folhas em branco, mas o livro não se reiniciava, apenas novos capítulos seriam escritos. Provavelmente o epílogo de uma existência nunca chegue, mas alguns momentos são mais iluminados e mais carregados de entusiasmo.
E a vida recomeçou... Graças a Deus.
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