sábado, 12 de julho de 2014

Raul Seixas


Ausência de rotina. O meio pelo final. Os discos voadores, o satanismo, a sociedade virtual, o amor, a mitologia grega e muitas observações. Uma realidade própria. Uma filosofia criada através de uma curiosidade, que ultrapassou o permitido, o compreensível, o aceitável e o apropriado para a época. Um gênio ou apenas um maluco?


Raul Seixas era viciado em drogas, que o levou a uma janela poética, a um estado desapegado ou que apenas o deixou mais aguçado para desenvolver o seu dom. Mas, que também o levou a morte, que veio, de repente, vestida de cetim. Algumas letras de música ainda não terminadas, um cigarro aceso no cinzeiro e um copo de uísque pela metade? Talvez.


Relatos dos amigos próximos dão conta de que ele era um gênio e a sua obra musical comprova esta genialidade. Há muitas reflexões em suas músicas. Ele teve vários parceiros, algumas esposas e alguns amores. Tudo foi muito rápido em sua vida, pois as coisas começavam e terminavam com grande velocidade.


Ele foi amado por multidões. Ainda, que muitos digam que a sua fama cresceu muito mais depois da sua morte. Ele foi amado por mulheres, teve bons pais e também teve filhas, mas não aproveitou estas doces companhias. Quis viver intensamente, passando de garrafa em garrafa e de carreira em carreira de cocaína. Quis passar a sua mensagem por meio da sua música e conseguiu.


Sobre o amor ele escreveu: na música a lei: “O homem tem o direito de amar como ele quiser, tomai vossa sede de amor, como quiseres e com quem quiseres”. Escreveu na música a maça: “se eu te amo e tu me amas; e outro vem quando tu chamas; como poderei te condenar”; (...) “amor só dura em liberdade; ciúme é só vaidade”. Escreveu ainda na música medo da chuva: “Porque quando eu jurei meu amor eu traí a mim mesmo, hoje eu sei que ninguém nesse mundo é feliz tendo amado uma vez.”


Porém, além do amor ele falou da sua vida e sobre muitas coisas que ele sentia. Produziu reflexões que foram oriundas da sua rebeldia, ou de uma letra ousada surgida do fundo de um copo. Embora, acredita-se que de muitas frases ele tenha se esquecido e o mundo não as conheceu.


Raul Seixas foi um gênio maluco! Mas quem no mundo fez grandes coisas sem utilizar a excentricidade? Por fim, creio que ele deixou uma lição sobre a necessidade de aceitar as coisas que fazem sentido, caso contrário devemos fazer aquilo que queremos, pois nas palavras do maluco beleza “tudo era da lei”... Viva! Viva a sociedade alternativa!

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