A grande responsabilidade de uma
existência é conseguir ter paz, aceitar os acontecimentos e às condições que a
vida apresenta, sejam elas boas ou ruins. A partir desta aceitação tudo se
torna compreensível e mais fácil de se enfrentar. É preciso refletir sobre os
paradigmas, arrostar a rotina, combater a ansiedade, dominar o medo e
compreender a solidão, a fim de afastar a escuridão e o tumulto dos
pensamentos.
O mundo é impregnado de rotina,
que segundo a sabedoria popular enferruja a alma. Fugir do normal e do
ordinário faz o mundo parecer assustador, pois o novo sempre traz insegurança.
Entretanto, o interessante é que o próprio corpo se renova a cada dia e dentro
do ser humano, a cada segundo, muitas células morrem e outras novas surgem. No
organismo não há rotina. Estima-se que a cada sete anos o homem e a mulher têm
um corpo novo, apenas os neurônios não são renovados. Então, se o nosso próprio
corpo não tem uma rotina, porque a vida deveria ter?
Outro fator que afasta o homem da
paz é a ansiedade, que é considerada como algo natural. É corriqueiro ouvir que
todo ser humano tem ansiedade. Mas, esta realidade pode ser alterada. A
ansiedade enerva o espírito. Todo ansioso está longe de onde o seu corpo se
encontra. O ansioso não presta atenção na vida. Imagine, que a cada segundo
sete mil e quinhentas pessoas morrem no mundo. Pense que desde que você começou
a ler este texto cerca de trezentas mil pessoas já morreram. Devemos então
aproveitar o próximo segundo e ficar exultante onde quer que estejamos, pois
muitas pessoas não tiveram este próximo segundo e um dia nós mesmos não o
teremos.
O medo também deve ser dominado,
adestrado e devidamente colocado sobre os trilhos da fé. É preciso crer no bem
e não se preocupar com coisas que podem nunca acontecer. Caso ocorra o pior,
que é a morte, pois ela encerra a oportunidade da existência, estará tudo bem,
uma vez que a morte faz parte do currículo da vida. O que nos mantém vivos e
felizes é a aceitação do que já ocorreu e a certeza de que só podemos mudar o
hoje. O medo não deve aprisionar, deve ser relegado a um plano de menor
importância, deve ficar esquecido. O equilíbrio interno, a compaixão e Deus
afastam o medo e trazem serenidade.
É necessário também dizer adeus a
solidão. Ela deve ser combatida, por meio da solidariedade. O vazio que se
instala na alma das pessoas faz com que elas se sintam solitárias e com isso se
abre a porta da depressão, o mal do século, que conduz muitos a atos de
loucura, como o suicídio. A solidão deve ser espantada, pois o homem e a mulher
que possuem auto-estima elevada são mais saudáveis e menos propícios a terem
problemas psíquicos. As pessoas cercadas de amigos são mais gratas e
produtivas.
Para que a paz seja a sua
companheira, a rotina, a ansiedade, o medo e a solidão devem ser compreendidos
e abandonados. O primeiro passo para a paz depende da reflexão do homem e da
mulher neste sentido, sobre a sua responsabilidade de manter a mente e o
espírito em harmonia, a fim de que haja clareza no raciocínio.
Enfim, em dias de tantas palavras
de amor é preciso amar. É necessário que de dentro para fora, do coração para a
mente e da vida terrena para a vida eterna, as coisas façam de fato sentido e
não seja apenas um padrão de comportamento pré-estabelecido. Tenha paz. Seja
feliz.
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