quarta-feira, 17 de junho de 2009

AS PESSOAS DEVEM CABER NAS INSTITUIÇÕES E NÃO AO CONTRÁRIO


A vaidade humana é a complicação do mundo. Todo ser humano é vaidoso. A diferença está no grau desta vaidade. Alguns são controlados, outros tantos são inveterados.

Penso que se houver um sujeito que não tenha vaidade ele deverá ser um extremista, pois ou ele é um abnegado ou uma pessoa sem rumo na vida.

Logo, a vaidade é ao mesmo tempo boa e ruim. É ruim porque se for exagerada levará o ser humano a acreditar que o mundo tem que girar em torno do seu próprio umbigo e boa porque faz o homem colocar suas ideias em prática. Concordo que muitas pessoas não caçam elogios, mas não apreciá-los não quer dizer que não exista vaidade neste ser.

Segundo o dicionário de Língua portuguesa, Aurélio século XXI, a vaidade pode ser uma qualidade do que é vão, ilusório, instável, pouco duradouro, um desejo imoderado de receber homenagens ou uma futilidade qualquer.

Destas possibilidades de conceito, a fim continuar o artigo, fico com a vaidade como sinônima de ilusão. Ilusão, tal como é o poder. O homem, mais poderoso do mundo já se definhou, já morreu e foi substituído. A sabedoria popular diz que só existe um lugar que está cheio de insubstituíveis: o cemitério.

Existiram pessoas que foram importantíssimas em suas épocas, mas que faleceram e o mundo continuou a girar. O sol no outro dia após suas mortes se levantou e as pessoas saíram de suas camas para realizarem os seus afazeres.

Eis algumas partidas que deixaram saudades, mas nem por isso estas pessoas se tornaram insubstituíveis: Ayrton Senna da Silva, John Fitzgerald Kennedy, Betinho, Madre Teresa de Calcutá, Mahatma Gandhi, Tancredo de Almeida Neves, Martin Luther King, Dom Pedro II, Rui Barbosa, Papa João Paulo II e muitos outros.

As pessoa podem ser insubstituíveis para um grupo seleto de pessoas, como a família e os fãs, mas aqui eu digo no sentido de importância pública. Os adágios sobre pessoas que detém o poder e o utiliza em dissonância com a filosofia da instituição, são considerados rebeldes, arrogantes e por vezes levam a pecha de quererem ser o último biscoito do pacote, a cereja do bolo e de levarem o rei na barriga.

Ficou pensando que a pessoa que detém muito poder e que pode determinar a direção da atividade das instituições que dirigem, tomam suas atitudes acreditando que estão certas, pois caso dê errado serão responsabilizadas por isso. Mas muitas pessoas, como o deputado Sérgio Moraes disse recentemente (PTB-RS), “estão se lixando para o povo e para a opinião pública”.

Com o passar dos anos o brasileiro com mais posses, que já está acostumado com tantos descasos públicos, foi se ajeitando. A rede de saúde pública não está boa? “Tudo bem vou contratar um plano de saúde privado”. A educação pública não está muito boa? “Tudo bem vou matricular o meu filho em uma escola particular”.

No entanto, o brasileiro sem recursos, não tem a mesma sorte, pois ele falece nas filas dos hospitais, não tem bom estudo, nem bons empregos e fica mais suscetível a toda ordem de mazelas imagináveis.

Diante desse cenário, que é movimentado pela política, vejo claro um nexo de causalidade entre as pessoas que dirigem as instituições públicas e suas vaidades, pois jogam para a platéia e demagogicamente recebem imerecidos aplausos, enquanto pessoas morrem por falta de assistência social.

Quando afirmo que as pessoas devem caber nas instituições e não ao contrário, estou querendo dizer que o padre não deve ser “maior do que a igreja católica”, o prefeito não deve ser “maior do que a cidade”, o médico não dever ser “maior do que os seus doentes”, a publicidade “não deve ser maior do que a causa”, o pai não deve ser “maior do que a família” e o servidor público “não deve ser maior do que o seu cargo”.

É preciso comprometimento de fato, doação de corpo e alma. É necessário amor, solidariedade, se colocar no lugar do outro, ser altruísta e não egoísta. É preciso enxergar o que degringola e abraçar a correção. É preciso rumo para as instituições.

Escrevo isto porque o povo sofre perto de nós e nós nada fazemos. Nós somos o povo (eu e você) precisamos de estudo, saúde e segurança pública. Nós sofremos. E isto me faz recordar a música Zé Ninguém, do Biquíni Cavadão, que no refrão dizia: “eu não sou ministro, eu não sou magnata, eu sou do povo, eu sou um Zé Ninguém, aqui embaixo, as leis são diferentes”

A nossa região passa por momentos complicados, são greves em razão de aumentos salariais pequenos, são câmaras de vereadores e prefeitos perdendo credibilidade, vejam os exemplos de Campinas, Hortolândia e Holambra.

A democracia chegou fornecendo mecanismos imprescindíveis para que o povo haja dentro da legalidade e demonstre seu inconformismo. Sejamos partidários da melhora e não de siglas. Dentro da legalidade podemos procurar nossos representantes nos legislativos municipal, estadual e federal, a fim de modificar leis e impor discussões sérias, muito maiores do que moções de aplauso ou de censura.

O agora é uma dádiva. Não adiante reclamarmos ou fazer denúncias anônimas, vamos aparecer e juntos melhorar o nosso bairro, a nossa cidade e o nosso país.

Enfim, sempre que nos depararmos com injustiças e com pessoas que se acham maiores do que as instituições que presidem ou dirigem, vamos bradar que voltem ao rumo correto, que é fazer, sem medir esforços, o bem ao próximo, para que possamos sentir a satisfação do dever cumprido mesmo quando as coisas derem errado. A minha parte eu procuro fazer.



Um comentário:

  1. PARABÉNS PELO ARTIGO... 1ª PÁGINA DO JORNAL, NÃO É PARA QUALQUER PESSOA!

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Obrigado. Fica com Deus.