quinta-feira, 29 de outubro de 2009

OSMAR O PADRE


Osmar foi uma pessoa cuja história merece ser contada. Ele nasceu no ano de 1950 e desapareceu no ano de 1987. Até hoje seus familiares tentam, sem sucesso, encontrá-lo.


Osmar descendia de família riquíssima e muito religiosa. Era de cor branca, de cabelos pretos como noite sem luar, possuía pequenos olhos castanhos e sempre foi franzino.


Osmar desde a mais tenra idade se destacava por habilidades incomuns para sua idade, tais como grande capacidade para compor músicas e incrível capacidade para discursar de improviso. Era extremamente eloqüente.


Começou a animar festas por volta dos dez anos numa festa Junina, bem no dia de São João Batista.


Foi uma criança encantadora, com expressão firme e olhar sedutor. Nunca se meteu em confusão. Todos o admiravam. Na escola os seus amigos o veneravam e as meninas o mimavam com frutas, pães e bolos feitos em casa.


Aos doze anos começou a auxiliar nas missas dominicais e em pouco tempo era o mais importante ajudante do padre. Nessa época ficou encantado pela história da liturgia das missas. Com grande interesse lia sobre o gênesis da igreja católica. Nesta época decidiu que seria padre.


Em pouco tempo, a família de Osmar, extasiada com o pequeno prodígio, cuidou para que ele fosse a um Seminário, a fim de se tornar um eclesiástico.


Os anos passaram rapidamente e logo Osmar foi ordenado padre. Ele conseguiu em tempo recorde fazer mestrado e doutorado em Roma. Então começou a suas atividades religiosas em uma pequena cidade. Era o único padre da cidade. Com o passar dos dias suas missas viraram verdadeira atração na cidade.


Osmar tinha um fundamento bíblico excelente. Suas orações tinham o poder da cura. Sua imposição de mãos era algo arrebatador, as pessoas que tiveram este privilégio se curaram de grandes males.


Osmar, com os seus dons, chamou a atenção de toda comunidade religiosa que começou a ficar preocupada com aquele padre que em pouco tempo virou uma estrela. Todo dia Osmar era convidado para dar entrevistas em canais de televisão, revistas ou realizar uma missa para uma emissora de rádio. Educadamente recusava.


Com o passar do tempo foi designado outro padre para a localidade e Osmar foi transferido para outra cidade, com a mesma humildade, mas ainda com grande entusiasmo seguia cumprindo sua missão e movimentando multidões.


Chegou uma época em que a Diocese o transferia quase toda semana de uma cidade para outra, mas os fiéis o seguiam, não adiantava.


A família de Osmar ficava revoltada com a situação, porque acreditava que isso acontecia em decorrência das habilidades dele e que a igreja tentava de alguma maneira torná-lo um padre comum, coisa que jamais seria possível. Na opinião de Osmar não era nada disso, mas simplesmente uma necessidade da Diocese.


Certo dia o Bispo responsável pela Diocese chamou Osmar e pediu para que ele retornasse para Itália, porque ele iria para o Vaticano. Embora a sua família tenha protestado bastante, pois acreditaram que ele seria apenas um serviçal no menor país do mundo Osmar aceitou.


Ele embarcou em 1987. Era ainda franzino e carregava em seu semblante uma expressão de paz e de felicidade constante.


A família de Osmar esperava que assim que ele chegasse a Roma ele ligasse para dizer que estava tudo bem. Ele não ligou. Procuraram a Diocese para saber dele. A Diocese informou que não sabia da viagem dele para Itália e que segundo os registros ele deveria estar na cidade tal.


Achando muito estranho a situação a família mobilizou os fiéis que adoravam Osmar. Uma grande marcha exigia saber onde estava Osmar. Nesta época surgiram as grandes indagações Onde Osmar foi? O que será que faz? Por onde anda?


Tudo foi inútil, nem mesmo a pressão da mídia e dos altos políticos conseguiu descobrir o paradeiro de Osmar. Um verdadeiro mistério. O Bispo responsável pela Diocese aposentou e também sumiu das vistas. Depois de certo tempo seus parentes falaram que ele havia morrido e indicaram o local da sua sepultura.


Osmar, branco e franzino, menino inteligente e depois homem religioso, perdeu-se neste mundo de Deus. A família não se conforma, mas também não sabe dizer o que lhe aconteceu. Acredita-se que ele esteja em alguma missão secreta e que um dia voltará triunfante para contar os milagres descobertos em algum cantinho deste grande globo terrestre. O jeito é esperar mais um pouco. Quiça...

Um comentário:

  1. puxa...
    história ou ficção eh muito intrigante, principalmente para uma curiosa nata como eu...rss
    beijinhos, fica com Deus! vivi.

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Obrigado. Fica com Deus.