sexta-feira, 30 de abril de 2010

O bracelete das imagens


Esta história aconteceu há muitos anos. Numa era onde só existia o sol como relógio. Nesta época não existiam imagens de santos e a religião era nebulosa, Jesus Cristo já havia nascido, mas era ainda criança.


Em uma cidade muito distante daqui, num país em guerra, foi confeccionado um bracelete em couro envelhecido, com vinte e quatro moedas de bronze amarradas e que ficavam dependuradas nele, com imagens de Nossas Senhoras desenhadas em cada moeda, nas moedas foram esculpidas Nossa Senhora Aparecida, a das Graças, a Imaculada, a de Guadalupe, da Luz, a de Schoenstatt, a de Fátima, de Lourdes, a Auxiliadora, a do Carmo, de Caravaggio, de Kevelaer, de Giertrzwald, das Boas Novas, da Misericórdia, da Batida na Porta, da Boa Morte, da Confiança, da Estrada, da Glória do Outeiro, da Guarda, da Boa Ajuda, da Apresentação e a da Caridade do Cobre.


O criador do bracelete foi inspirado para produzir aquela “jóia”, pois ele viu o futuro, as Nossas Senhoras não eram ainda conhecidas. Hoje bem sabemos que a Nossa Senhora é só uma, mas possui mais de 1050 nomes conhecidos, em razão das aparições em diversas cidades.

Entretanto, o artesão do bracelete gostou tanto dos desenhos que presenteou a pessoa que ele mais amava, a mãe.


O artesão era pessoa de pouco discernimento e de grave enfermidade, mas possuia um amor infinito no coração e a mãe o amavam imensamente. Porém o artesão morreu aos dezenove anos. Ele nunca havia conhecido mulher, era puro.


A mãe, ferida na alma, desejou um sepultamento melhor para o seu único filho, mas como não possuía dinheiro resolveu vender o bracelete para quem quisesse comprar. Logo que o ofereceu encontrou um comprador, que mais para ajudar a mulher do que pela relíquia pagou certa quantia em dinheiro para a pobre senhora.


Com o dinheiro do bracelete ela pode comprar um pequeno terreno no cemitério da cidade e lá enterrou com ajuda de vizinhos o pequeno homem para o mundo, mas enorme no concurso do seu coração.


O tempo passou...


O bracelete foi viajando de geração em geração até chegar aos nossos dias, onde foi parar em uma loja de artigos religiosos católicos.


Em razão do aniversário de uma amiga, uma moça bastante religiosa, foi até a loja e escolheu justamente o bracelete para dar de presente para a amiga. Mas no dia do aniversário acanhou-se em dar o presente, sem saber o porquê correu até uma loja de roupa e comprou uma camiseta para a amiga e ficou com o bracelete para si, intencionou, inclusive, ir à festa usando o bracelete.


Uma coisa que poucos sabem é que o bracelete tem uma força incrível para convencer as pessoas sobre a necessidade da religiosidade e a moça que ficou com o bracelete já era religiosa, por isso não precisava do bracelete. Logo o bracelete não poderia ficar com ela.


Quando os amigos dela passaram para buscá-la para ir para a festa o bracelete se soltou e rolou pela rua abaixo, ela nem percebeu.


Na festa, na hora que ela percebeu que havia perdido o bracelete ficou triste, mas prometeu a si mesma que iria comprar outro igual. Ao voltar na loja ouviu da moça o que já sabemos, “era o único”.


Hoje, como sempre será, o bracelete passa de braço em braço, talvez um dia ele até surja na sua vida, em forma de presente ou de um achado, com certeza neste momento você vai se lembrar dessa história e o tratará como ele merece e pensará no imenso amor de Deus, que age nas grandes e nas pequenas coisas.

Um comentário:

Obrigado. Fica com Deus.