domingo, 11 de abril de 2010

Palavras desconexas 4


Sente-se aqui. Respire profundamente. Por favor, divida comigo o oxigênio do momento, vamos juntos compartilhar do nada e do tudo. Sinta-se leve e com o peso do mundo nas costas.

Preste-se um favor. Entenda o simples e o objetivo se tornará claro. Sorria. Chore. Caminhe com a cabeça erguida. Deseje sorte a mim e a você. O espelho lhe indicará o caminho. Morra e volte a morrer. Viva e volte a viver.

Lembre-se das atrocidades e das benesses. Agradeça. Vá ao encontro das ansiedades e nuble-se. Sinta se aviltado, desprezado e incompreendido. Acredite-se muito festejado e que o exagero lhe é despejado em torrentes e que tudo sem perdões lhe atinge desde a planta dos pés até o alto da sua cabeça.

Proteste contra toda a verdade. Rompa com a solidão e abrace o caos. Acalme-se e vá expurgar todos os seus pecados. Seja sério, sarcástico ou somente você. Ande e procure uma cruz na beira do caminho. Lá, por favor, ajoelhe-se e faça uma breve oração.

Voe e passe pelo montes, ainda não vencidos e lá brade como se fosse um profeta com autoridade sobre os insondáveis mistérios. Que a urgência passe e a opressão não alcance tua alma.

Quando o tédio e as obrigações que você não concorda que sejam suas vierem não brigue, nem diga palavrões. Por favor, sem autopiedade, você com certeza merece tudo que lhe sobrevir.

Caso sinta as garras implacáveis da opressão tem esganar. Respire fundo. Tenha calma e não tente lutar com mais opressão, em vez de vencer você perderá. Acredite que você está nas mãos do bem e não nas mãos do mal.

Do muito questionar vem o ceticismo. Do ceticismo vem a falta do ânimo. Da falta de ânimo vem a morte que não se morre de verdade. Da morte em vida vem a perda da oportunidade. Da perda da oportunidade vem a cobrança. Da cobrança vem a perseguição. Da perseguição vem a prisão. Da prisão vem a morte física. Da morte física vem a eternidade. Na eternidade não existe pressa e você terá que convencer alguém a lhe dar outra oportunidade, para tanto deverá ter fé, que é uma das primeiras coisas que se perde quando se pensa sem clareza.

O riso fácil se torna pesado, mas isso é temporário, porque bem sabemos que para sempre é só um termo mal empregado, mal interpretado e mal integrado na vida e que toda encanação o torna alienado e que o leva deste para o outro lado do muro.

Sejamos francos, desejamos somente a paz. Aquela que experimentávamos quando os conflitos eram nulos, talvez na longínqua e rica infância. A fonte ainda jorra o problema e que você foge para um lugar onde ela não o alcança.



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