quarta-feira, 21 de julho de 2010

CRIOGENIA


Quantos anos você terá em 2040? A pergunta lhe fará sentido se você quiser se utilizar da criogenia, técnica de congelamento de cadáveres em temperaturas baixíssimas, a fim de posteriormente restituir a vida aos mortos.

Segundo os especialistas mais otimistas da criobiologia, que é um ramo da biologia que estuda o efeito que produz o congelamento das células e tecidos, por volta de 2040, os primeiros mortos retornarão a vida, em verdadeiras ressuscitações.

Logo, se em 2040 você ainda estiver vivo e a técnica da criogenia já estiver funcionando você poderá se utilizar dela com mais certeza da sua eficácia e ser muito mais longevo do que poderia sonhar.

A ideia é fantástica, chega a parecer filmes “hollywoodianos”. Porém, ela não é nova. Desde meados da década de setenta a criogenia vem ganhando adeptos.

A pessoa morre e em vez do corpo ser sepultado ou cremado ele é congelado. Mas, existe todo um ritual para a preservação do cadáver. Assim que a morte foi constatada coloca-se o corpo em uma banheira com água e gelo. Os pulmões e o coração são mantidos funcionando artificialmente.

O passo seguinte é começar a cirurgia, substituem o sangue por uma substância anticongelante. Após a temperatura baixar esta substância se vitrifica. Esse procedimento é feito para que não se forme gelo no cérebro e nos demais órgãos, algo que poderia explodir as células.

Tomados estes cuidados coloca-se o corpo em uma câmara de resfriamento, em uma maca, onde a temperatura começa em zero grau, joga-se nitrogênio líquido no cadáver. O objetivo é que o corpo resfrie por igual. Depois de sete dias o corpo está em uma temperatura de menos cento e noventa e seis graus negativos.

Em seguida mergulha-se o corpo e um tanque, onde ele ficará até a ressurreição. Cada tanque abriga cerca de seis mortos. Armazenam-se junto os cadáveres para que sejam diminuídos os custos da manutenção desta empreitada.

Ah! É possível, ainda, congelar só a cabeça humana ou animais de estimação. Na primeira hipótese enterra-se o corpo ou ele pode ser cremado, mas sem a cabeça, pois está vai ser preservada no “freezer”, quero dizer no tanque de nitrogênio líquido.

A eternidade, dessa maneira, será que ficaria mais fascinante? Morrer seria algo fora de moda? Imaginem os puritanos, os idealistas ou simplesmente os que não gostassem da idéia, seriam autorizados a morrer em paz ou será que seus familiares não iriam permitir?

Bem, por enquanto só temos digressões, a criogenia já existe e a cada dia se aperfeiçoa, vejamos, por exemplo, as técnicas para congelamento de células-tronco e afins.

Por outro lado, nós teremos que nos acostumarmos com a ideia do conceito de eternidade ser alterado, também já vislumbramos problemas com as funerárias e com o INSS.

Quantas novidades ainda teremos neste século? Espero que muitas, o sucesso da ressurreição através da criogenia pode ser ou não uma delas. De repente a técnica é abandonada e nem daqui trinta ou trezentos anos haverá a possibilidade de voltar do mundo dos mortos.

Contudo, não é demais lembrar que outrora o avião, o submarino, o telefone, o computador e a internet também pareciam surreais e hoje em dia já estão, inclusive, banalizados.

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