quarta-feira, 11 de agosto de 2010

É preciso paz para concordar

A democracia no papel é linda, seus preceitos são louváveis e os seus objetivos são sublimes.

O Brasil é formado por “divisões” políticas. É bem possível comparar nosso país com uma família. A Constituição Federal e a União seriam os pais, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios seriam os irmãos.

O cotidiano do brasileiro é diretamente afetado pela democracia, o cidadão é igual à água no mar, os ventos são os políticos e as tempestades que se formam são as besteiras que eles fazem, mas não aquelas feitas por incompetências e sim às feitas na defesa de interesse próprio.

Desde o momento em que o brasileiro acorda e acende a luz para sair da sua cama as decisões políticas tomadas a centenas de quilômetros de sua residência ou daquelas tomadas na Câmara Municipal da sua cidade o atinge frontalmente.

A vida na sociedade, além da observação dos preceitos legais que vieram de projetos de leis feitos pelos políticos, representando o interesse do povo, necessita também de retidão no cumprimento das regras familiares e da comunidade em que o homem e a mulher estão inseridos.

Na iniciativa privada, por mais alta que seja a posição do executivo haverá outros que determinarão os caminhos que deverá seguir o negócio, sejam eles superiores imediatos, acionistas da empresa ou os próprios consumidores.

Nos organismos públicos, a burocracia legal impera. É preciso muitas mãos, muitas cabeças e, sobretudo, muita energia para fazer funcionar a máquina governamental, o combustível é caro, raro e cada vez mais rende menos.

É pouco provável que alguém que vive na sociedade possa fazer tudo do jeito que gostaria de fazer. Desobedecer as regras, sejam elas legais ou morais, torna o transgressor um marginal e o descarta do convívio com seus semelhantes em igualdade de condições.

Nos dias que correm mais uma eleição, ferramenta crucial da democracia, está apontando no horizonte. Milhares de pessoas bem intencionadas, cheias de amor no coração, desapegadas de quaisquer razões pessoais, como o ego, a vaidade e a sede do poder iniciaram suas corridas em busca da confiança do eleitor, cidadão ou simplesmente povo.

Existem alguns candidatos incipientes na arte da retórica, sem boa oratória ou mesmo ideias, mas cheios de boa vontade. Porém, existem outros que já possuem a receita e começam a trabalhar com os ingredientes para que o bolo cresça, fique vistoso e saboroso para que o alimente por mais quatro anos ou oitos anos, caso seja candidato a senador.

O cidadão acompanha debates com desconfiança, já tem em sua mente um estereótipo do político, aquele homem de terno, que diferente do papai-noel que passa uma vez por ano, vem a cada dois anos. O político antes trazia mais presentinhos, agora nem isso ele traz.

É preciso cobrir a nudez da ingenuidade, ninguém tem razão e todos sempre terão. A saúde, a segurança, a educação sofrem, agonizam em projetos engavetados. O orçamento é pequeno, as despesas são enormes. Mas o que isso tem de novidade?

Caminha-se, o rumo é para alguma Avenida da Saudade, toda cidade tem uma rua com esse nome, que abriga um cemitério.

Deve-se acreditar na existência de pessoas boas, no conceito de democracia, que prega que o governo é do povo, mas acima de tudo é preciso ter paz para concordar com aquilo que não é lógico, seja na política, na igreja, na família ou na sociedade.
Alguma razão deve existir para estar acontecendo todos os eventos que cerca o cotidiano, caso contrário até quando estaríamos condenados ao retrocesso eterno?

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