sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Pensou se fosse assim?


O amor viesse sempre em primeiro lugar. Os pais e as mães cuidassem sempre da família. Os irmãos sempre fossem unidos e a vaidade, as mágoas e as diferenças sempre ficassem desprezadas.

No ambiente de trabalho nunca não houvesse falsidade. No serviço público sempre houvessem pessoas dispostas, animadas em servir e felizes por terem estabilidade e saberem que se nada fizerem de errado elas acabarão os seus dias de labor sem precisar outra vez procurar emprego.

Na iniciativa privada buscasse com menos intensidade o lucro e que nunca houvesse uma pessoa ganhando 54 milhões de reais por dia, enquanto outras não ganham nem para um café preto sem bolachas. Existisse o pleno emprego, todos tivessem a certeza que conseguiriam um trabalho com um salário digno.

O INSS fosse realmente usado por aqueles que necessitassem e aqueles que cumpriram as carências para terem seus benefícios e não existisse espertalhões fraudando, mentindo, inventando doenças para “encostarem um pouco”, enquanto pessoas que realmente necessitam são liberadas para voltarem ao trabalho.

As pessoas sempre se colocassem no lugar daquelas que erraram e em vez só puni-las, também as orientasse e as pessoas que cometeram erros em vez de tentarem se safar da responsabilidade assumisse os seus erros e não mais errassem.

As pessoas fossem todas felizes por saberem que não é certeza do fim que importa, mas a possibilidade de existir, de viver, de ser bom, de ter paz, de fazer o bem e poder ver filhos ou sobrinhos seguindo seus passos.

Nos hospitais sempre houvessem filas para entrar para visitar doentes, mesmo que os visitantes não conhecessem os visitados. Nos velórios, independente de dia da semana ou de sábado e domingo sempre alguém velasse o defunto e que jamais a família ficasse sozinha, sem solidariedade, sem amor, sem um abraço e uma presença amiga, ainda que silenciosa.

O amor entre as pessoas fosse para sempre e ainda que a convivência diária fosse inviabilizada o respeito, o carinho e amizade perdurassem com sinceridade. Que nos namoros, noivados e casamentos sempre houvesse tempo para diálogos sem mesquinhez.

Os idosos jamais ficassem os seus dias e suas noites sozinhos, pois deve ser terrível acordar tão cedo para esperar o almoço, depois esperar o jantar e depois dormir para no outro dia acordar, esperar o almoço de novo, esperar o jantar de novo e depois dormir outra vez para o amanhã ser igual ao hoje e assim sucessivamente até que a morte os venha abraçar.

A esperança estivesse presente em todos os corações. E que não houvesse enfado, mas sim paciência com as crianças, com os doentes e com os avôs. Todos soubessem que não importa o que você tem para dizer, o que importa é a transmissão de energia, os bons votos de melhoras, os sorrisos, os abraço, enfim o importante é a presença.

Todos os homens e mulheres fossem gratos ao universo, a Deus, as suas divindades independente de religião, mas que tivessem a certeza que existe algo acima deles e que interfere diariamente nos seus pensamentos, ações e sentimentos.

A música estivesse presente na casa de todos e que as músicas não menosprezassem ninguém, nem fossem carregadas de ódio, mas que fossem impregnadas de harmonia, bem-estar, com acordes que trouxessem paz, tranqüilidade e serenidade de alma, a fim que todos os pensamentos fossem guiados para o entendimento de que o ser humano deve ser fraterno.

Todos os homens bons fossem políticos, candidatos a todos os cargos eletivos possíveis, que eles jamais se perdessem no caminho, que eles jamais se esquecessem que suas boas ações exalam bons perfumes, mas que suas perversidades só cavam suas próprias covas, pois a tranqüilidade de consciência não se compra no outro lado da fronteira.

Os filhos nunca ficassem sem pais com eles ainda vivos. A droga fosse deixada de ser usada, que traficantes deixassem o mundo do crime e fossem levar uma vida honesta, em vez de ficarem se definhando no mal.

As pessoas pudessem ter lazer, fazerem viagens, distraírem suas mentes não só diante de uma televisão ou de um computador, mas também em contato com a natureza ou conhecendo o mundo e seus lugares históricos.

Todos tivessem um sorriso pronto e que no momento da partida demonstrassem em suas faces a certeza de que suas existências valeram a pena, que foram proveitosas e que só deixaram saudades e boas recordações.

Pensou se fosse assim? Perderíamos diariamente irmãos, mas não haveria dor, pois teríamos mais milhões de irmãos para nos consolar e que precisariam das nossas energias para continuarem caminhando neste mundo, que seria uma mundo muito melhor.

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