quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Esquecimento


Do quê? Nem sei. Esqueci de tanta coisa, que acabei me esquecendo de tudo que fazia. O certo e o errado deixou de ser verdadeiro, passou a ser oportuno.

O esquecimento as vezes é uma benção, por meio do esquecimento é fixado tudo o que é importante. Entretanto, o esquecimento nem sempre é estendido às piores lembranças. O tempo apaga cheiros, sensações, confunde a memória sobre datas, nomes, aniversários e metas.

Algumas lembranças são tão boas que a fantasia dos momentos perduram com o passar dos dias, dos meses e dos anos. Ainda digo que algumas imagens continuam a dançar diante dos olhos mesmo depois de muito tempo já terem cessado suas repetições. Algumas vozes ecoam no cérebro após já terem silenciadas as bocas que se moviam para entoá-las.

Os afagos, os toques diários, o beijo suave transformado em triste adeus, proferido em dia de sol, contrariando prognósticos de que despedidas são feitas sob céu cinzento, gélido e com trilha sonora.

Caminha-se deslumbrado com as delicias das novidades que nos assalta em um segundo para serem esquecidas no próximo minuto. Os passos são trocados automaticamente, quem estaciona pelos corredores da vida deixa de ter companhias interessante ou então passa a ficar resignado com a sorte que lhe foi pelo tempo conferida.

Esquecimento de tudo e de todos, de coisas, de fatos, incumbências, compromissos e responsabilidades. Em um dia se chega e no próximo se desiste de ficar onde nunca se desejou estar, mas pelos ventos e ventanias você foi deixado ou simplesmente esquecido.

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