sábado, 5 de fevereiro de 2011

E ai...


Se uma vida guarda muitas vidas dentro dela por que o seu antônimo, que é a morte, tem que ser apenas uma dentro de uma e sem memória alguma?

Se um sorriso mostra a alma e devemos sempre ser uma alma espirituosa e tal, por que então nascemos chorando escondendo nossas almas?

Se existem níveis de amor, por que não muda o nome deste sentimento, quando a natureza dele também se altera?

Se existir o querer, por que o charme vai atrapalhar os sentidos e a consumação do desejo?

Se o caminho mais curto leva ao mesmo lugar que o caminho mais longo por que não apreciar a paisagem e deixar para os caminhantes escolher o terreno?

Se não posso querer o que me apetece, por que então meu cérebro não se ajusta e apetece aquilo que posso ter?

Se as dúvidas fossem ruins, as certezas seriam muito piores, pois as certezas não são produtos das dúvidas?

Se um cão morre a vida continua, se o papagaio morre a vida continua, se a esposa ou o esposo morrem a vida continua, se o papa morre a vida continua, será então que a vida nunca morre de fato?

Se o pensamento fosse pesado, as pessoas mais pensantes teriam que pagar mais impostos por carregarem consciências mais pesadas?

Se houver um silêncio absoluto você ouvirá sua própria respiração, será então prova de que nunca o mundo será desvelado enquanto houver uma inquietação pulsando?

Se o tempo acabar, haverá de findar também as obrigações, pelas dificuldades de ajustes e harmonia das partes em comparecer no mesmo momento nos encontros?

E ai...

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