A cada sinapse uma história

O saudosismo corrompe os velhos, a impulsividade movimenta os jovens, a tristeza assola as crianças. O amor une corpos e almas. A paixão, depois de um tempo, separa vidas e destrói sentimentos.

O medo paralisa. A expectativa é a cara de uma moeda que tem como coroa a frustração. O sucesso não se explica. As lições motivacionais servem apenas para quem já pensa igual ao professor que as ensinam.

Os rios são feitos pela natureza e esgotados pelo homem. O mar serve tanto para o deleite, quanto para a manutenção da vida. O céu voa quando os pássaros agitam as asas. As montanhas se enregelam no topo, porque a base está distante e sem conexão para levar o carinho do solo.

O caminho serpenteava porque não queria ser monótono. O rato mordiscava um pedaço de papel, pois o queijo estava muito fácil, logo deveria ser arriscado. O cachorro empanturrado da mesma ração pensava em um pedaço de osso de verdade.

A fruta seca revelou sementes que fariam uma nova árvore brotar. A água silenciosa se juntou com o terreno e no declive ficou assustadoramente veloz. Carregando o velho piano a enxurrada não pensava nas melodias, que saíram daquele instrumento morto, em dias vivos de uma primavera distante.

A agitação na floresta era porque a mãe égua havia dado a luz a cavalos gêmeos. As girafas resolveram mudar a coreografia e agora plantavam bananeiras. O macaco ria alto enquanto o leão tentava namorar a leoa.

Os Ipês floridos perderam suas flores devido a uma chuva torrencial, que levou também a casa do João de Barro. O dia se foi e a noite educadamente trouxe uma lua bonita, que feliz da vida saudava todos os que podiam enxergar os ácaros gigantes que comia torrões de terra.

Era o fim de um sonho, que muito louco havia sido produzido em um cérebro acordado, emprestado e periciado, por um sujeito com uma nota verde de dinheiro estranho, que mostrava um sorriso torto de satisfação e de aprovação. A experiência havia dado certo.