quinta-feira, 8 de setembro de 2011

A conversa entre pescador e mar



E o mar respondeu:

Nasceste ao acaso. Pela espiritualidade. Pela vontade de um homem e de uma mulher. Pelo desejo carnal. Pelas forças ocultas da natureza. Pela bondade. Pelo amor. Pela dor. Por tudo isso ou talvez por nada disso.

O nascimento é o ingresso no desconhecido. A vida nem de fato existe, pois é efêmera. Subjetiva e esquecida. Assim com são as minhas águas, que tanto leva e tão pouco reconhece do que traz.

No mais abissal existe consenso. Na minha superfície há luz, no meu coração quase sempre há escuridão, estou fechado em liberdade. Nem por isso me desespero e as minhas criaturas se perdem. Para todas as coisas há um jeito. Para todas as perguntas existem respostas.

O que você fez e ainda faz com a vida é o que importa. O necessário é não se perder em indagações que arrasam o ânimo. É preciso sorrir mais com o coração do que com os lábios. Em um momento tudo se apazigua e tudo fica da maneira que estava.

A tua pergunta sobre o porquê do seu nascimento só fará sentido se você souber o porquê morrerá.

O mar ficou quieto e o pescador ficou reflexivo. As palavras do mar não lhe fizeram sentido, principalmente a última frase, como ele iria saber o porquê da morte?

O pescador então resolveu indagar o mar e perguntou: - Mar o que é a vida? O que é a morte?

E o mar respondeu:

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