A tolerância humana para com o próximo é quase sempre menor, muito menor, do que a tolerância que o próprio homem deseja que se tenha com ele. A empatia, capacidade de se colocar no lugar do outro é pálida e ausente na maioria das situações.
A compreensão, que é uma extensão do amor, quase sempre mal exercida, acaba sendo relegada a um plano distante do real. As provocações, irritações, acusações e insinuações maldosas são dirigidas aos que erram e os atos equivocados são expostos como se pecados de morte fossem.
Os erros são mais notados do que os acertos por uma razão simples: a vaidade humana. Há na alma humana o desejo de ser melhor do que o outro, daí o porquê dos acertos serem facilmente esquecidos. Entretanto, os erros permanecem para sempre.
Durante uma vida abençoada com saúde, tenho certeza que o homem faz muito mais coisas boas do que más. As boas quase sempre se perdem, mas as más são evidenciadas por décadas e às vezes sobrevivem, mesmo após a morte do homem que cometeu o erro.
O aplauso sincero existe, mas está cada vez mais fraco, pois a facilidade de se propagar a informação faz com que haja necessidade da notícia de agora ser ultrapassada na próxima hora.
Os acertos em família igualmente sofrem com o mundo moderno, a gratidão se esmaece e as exigências aumentam. Há pouca paz quando o consumismo abraça o homem e o faz desejar muito além da sua capacidade atual.
Nas igrejas, os homens também cometem acertos e erros. Da boca do padre, do pastor, do presbítero, do ancião, do canal ou do reverendo pode vir as mais abençoadas palavras e apaziguar os mais perturbados corações. Porém, nada será levado em conta, caso um dia ele deslize e cometa um erro.
A sociedade não perdoa o homem em erro, primeiro ela julga e depois entrega a sentença a um verdugo chamado tempo, a fim de que ele se encarregue de desprezar o homem do erro. Na peça da vida, nunca haverá acerto absoluto, logo todos desagradam e erram em algum momento, mas a tolerância é diretamente proporcional ao seu “status”. As vidas de muitos são perdidas por conta de erros, que deveriam ser entendidos, assimilados e reciclados para tornarem acertos na próxima manhã.
Enfim, meditar em acertos e erros é pensar no hábito das pessoas, nos preconceitos e na capacidade de se buscar a paz e de desenvolver a empatia, que pode ser iniciada por uma pergunta pouco complexa; E se tivesse sido eu? Esta indagação deve ser respondida sinceramente. Com este exercício simples, tão óbvio e já muito falado, acredito que mudaríamos o mundo.
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