Que saudades do minuto que
passou! Quantas lembranças do amor de ontem. As recordações assaltam com
nostalgia. Tempos áureos. Sorrisos dourados, fáceis e acolhedores. Compromissos
leves. Poucas posses e muitos sonhos.
O abraço estava ao alcance. O pai
havia saído para trabalhar, mas de tardezinha chegaria e, cansado, se sentaria
em uma cadeira na cozinha para tirar os sapatos. A mãe, desde cedo era vista no
tanque de lavar roupa. Ela cantarolava uma música da igreja e feliz fazia o almoço,
que serviria também para o jantar.
A vida era leve. Conflitos
ausentes. Pensamentos ternos e humildades. Desejava-se um lanche e a internet
não existia. O telefone fixo era um luxo e caro. Os celulares eram utopias,
acredito que apenas imaginados por cientistas, pois para a população, era
fantasia cinematográfica.
Na casa da avó, a certeza de que
a vida era eterna. Os móveis velhos e as paredes pintadas de maneira simples.
As adaptações eram feitas pelo avô na residência, que sempre estava com uma
ferramenta de marceneiro na mão. Havia forro de madeira em alguns cômodos e em
outros, apenas as telhas. Ao anoitecer surgia o medo de que as assombrações
viessem. As chaves grandes, o muro baixo e o portão sem cadeado. A mente
infantil não julgava, apenas apreciava.
Os momentos religiosos para
sempre especiais ainda hoje bailam na mente. Quer tenha sido você de família
católica, evangélica, espírita ou de qualquer outro credo. Ficaram temores,
manias e costumes, que para sempre ficarão incrustados na personalidade.
A infância, a juventude, a idade
madura e depois a velhice. As vozes dos pais, avós e de entes queridos ainda
são reproduzidos mentalmente. Os velhos bordões, os trejeitos e as maneiras de
aconselhar dos parentes ficaram nas lembranças.
Os velórios enfrentados. As
tristezas sentidas. O abandono experimentado. Um adulto órfão. Uma criança
crescida perdida, pela ausência daquele que sempre conduziu seu caminho, por
meio dos bons ensinamentos, do carinho e das repreensões maternas.
Enquanto a vida transcorria, os
compromissos diários engoliram o que realmente importava. A vida útil se foi e
com ela a oportunidade de ser grato. A possibilidade de mais um abraço não há
mais. Os sobrinhos cresceram. Os filhos
já são pais e você está idoso.
Lembranças e saudades. Boas
memórias e alegria para quem soube dar valor ao que de fato tinha. Dor e pesar
para quem deixou de estender a mão para quem não pedia mais do que um minuto de
atenção. Amores partidos, vitórias que hoje não importam e derrotas que se
desgastaram.
É bem provável que ainda haja
muita coisa para você reconhecer como bênçãos de Deus e muitas situações para
refletir. Pense bem, uma vez que os minutos passam rápidos e no tic-tac da vida
encontraremos em uma esquina qualquer nosso derradeiro momento. Cuide sempre
para que tua consciência esteja em paz, para que os teus ombros sejam
verdadeiros amigos e o teu coração esteja sempre aquecido pelo amor ao próximo.
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Obrigado. Fica com Deus.