sexta-feira, 8 de junho de 2012

Lembranças e saudades


Que saudades do minuto que passou! Quantas lembranças do amor de ontem. As recordações assaltam com nostalgia. Tempos áureos. Sorrisos dourados, fáceis e acolhedores. Compromissos leves. Poucas posses e muitos sonhos.

O abraço estava ao alcance. O pai havia saído para trabalhar, mas de tardezinha chegaria e, cansado, se sentaria em uma cadeira na cozinha para tirar os sapatos. A mãe, desde cedo era vista no tanque de lavar roupa. Ela cantarolava uma música da igreja e feliz fazia o almoço, que serviria também para o jantar.

A vida era leve. Conflitos ausentes. Pensamentos ternos e humildades. Desejava-se um lanche e a internet não existia. O telefone fixo era um luxo e caro. Os celulares eram utopias, acredito que apenas imaginados por cientistas, pois para a população, era fantasia cinematográfica.

Na casa da avó, a certeza de que a vida era eterna. Os móveis velhos e as paredes pintadas de maneira simples. As adaptações eram feitas pelo avô na residência, que sempre estava com uma ferramenta de marceneiro na mão. Havia forro de madeira em alguns cômodos e em outros, apenas as telhas. Ao anoitecer surgia o medo de que as assombrações viessem. As chaves grandes, o muro baixo e o portão sem cadeado. A mente infantil não julgava, apenas apreciava.

Os momentos religiosos para sempre especiais ainda hoje bailam na mente. Quer tenha sido você de família católica, evangélica, espírita ou de qualquer outro credo. Ficaram temores, manias e costumes, que para sempre ficarão incrustados na personalidade.

A infância, a juventude, a idade madura e depois a velhice. As vozes dos pais, avós e de entes queridos ainda são reproduzidos mentalmente. Os velhos bordões, os trejeitos e as maneiras de aconselhar dos parentes ficaram nas lembranças.

Os velórios enfrentados. As tristezas sentidas. O abandono experimentado. Um adulto órfão. Uma criança crescida perdida, pela ausência daquele que sempre conduziu seu caminho, por meio dos bons ensinamentos, do carinho e das repreensões maternas.

Enquanto a vida transcorria, os compromissos diários engoliram o que realmente importava. A vida útil se foi e com ela a oportunidade de ser grato. A possibilidade de mais um abraço não há mais.  Os sobrinhos cresceram. Os filhos já são pais e você está idoso.

Lembranças e saudades. Boas memórias e alegria para quem soube dar valor ao que de fato tinha. Dor e pesar para quem deixou de estender a mão para quem não pedia mais do que um minuto de atenção. Amores partidos, vitórias que hoje não importam e derrotas que se desgastaram.

É bem provável que ainda haja muita coisa para você reconhecer como bênçãos de Deus e muitas situações para refletir. Pense bem, uma vez que os minutos passam rápidos e no tic-tac da vida encontraremos em uma esquina qualquer nosso derradeiro momento. Cuide sempre para que tua consciência esteja em paz, para que os teus ombros sejam verdadeiros amigos e o teu coração esteja sempre aquecido pelo amor ao próximo.

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