Certo dia, um homem, após muito
trabalhar, economizar e ser honesto, perdeu tudo o que possuía. Trocou os seus
bens pela vida da filha mais nova, que em razão de doença precisou de um caro
tratamento médico.
Porém, este homem conseguiu a
cura para a sua filha. Com a família em paz, começou a trabalhar junto com a
esposa e os outros dois filhos em casa. Produzia pão e vendia na rua de porta em porta. Acordava às
duas da manhã e só parava de trabalhar quando o sol ia dormir.
O tempo passou e este homem
alcançou o sucesso. Logo abriu uma padaria, depois teve um supermercado, até
conseguir construir um shopping. Viajou pelo mundo a fora. Os seus filhos
casaram-se e foram igualmente bem sucedidos.
Na velhice, um repórter
interessou-se por sua história e foi fazer uma matéria com o homem, que agora
era muito rico. O repórter começou perguntando se ele se considerava um homem
de sorte. O homem sorriu e disse: “Sorte? Estou muito idoso para acreditar
nela”.
O senhor continuou e disse: “Filho,
a sorte é uma palavra muito traiçoeira, ambígua e deve ser usada com cuidado, pois
poderá ser mal interpretada”, ressaltou. Para aquele homem a sorte podia ser
considerada Deus, ou até mesmo o acaso.
Talvez predestinação por escolha
aleatória. Falta de mérito. Bondade injusta de quem escolheu o sortudo. Mera
roleta necessária. Verdade oculta. Mentira deslavada. Crendice.
Ofensa à inteligência. Desprezo
ao esforço. Inveja de quem julga. Falta de discernimento do observador, critério
universalmente aceito sem questionamento. Seleção natural, fé, dor de cotovelo.
Confusão do mundo espiritual.
Maldade gratuita. Benevolência da ancestralidade. Engano do distribuidor de
brindes. Preguiça do raciocínio. Ditado popular. Ansiedade da comparação.
Ciúmes, loucura, doença contagiosa
de quem pratica o bem, paz de quem trabalhou enquanto outros dormiam. Estado de
espírito do amor. Alegria, paciência e foco. Aceitação, direção certa do
desejo.
Imortalidade. Questão hormonal.
Linha reta. Nome do trio de gnomos que guardam o pote de ouro no final do
arco-íris. Lágrimas. Obstinação. Vento ao seu favor. Piloto automático. Doce
lembrança da vitória.
Ausência de dor. Lamento
silencioso. Abraço sincero do destino. Amizade com o Criador. Fase. Iluminação.
Renascimento. Música perfeita. Liquidação de bênçãos. Explicação inócua. Abraço
do desconhecido.
Jogo da vida. Amizade com quem
manda. Deliberação do vento. Razão complexa. Ofensa a igualdade de
oportunidades. Falta de planejamento. Maneira impensada. Estrela na testa.
Propriedade natural.
Poço dos desejos. Atalho. Estada
da facilidade. Encaixe perfeito. Melhor lugar do mundo. Satisfação.
Encarceramento do pessimismo. Culto aos dados, que sempre caem na maior
numeração. Enaltecimento do otimismo. Casamento perfeito.
Aplauso antes do sucesso. Visão
aguçada. Jeitinho. Direção segura do trabalhador. Serenidade diante da decisão.
Abraço apertado da felicidade. Porto seguro da perseverança. Chegada vitoriosa
da convicção. Teimosia.
Competência. Baile das
possibilidades. Dia de glória. Ajuste, com troco. Águas tranqüilas. Velhice com
saúde. Prazer. Companhia agradável do imaginário, que faz do impossível algo
possível. Honestidade de conduta e afago do bem. “Enfim, pode ser tudo isso, ou
nada disso”, exclamou.
O repórter nem terminou de fazer
a entrevista, considerou que fora afortunado naquele encontro e escreveu um
artigo sobre a sorte. Por via das dúvidas, o repórter nunca mais perguntou para
alguém se a pessoa se considerava uma sortuda. Talvez por precaução ou por
acreditar que sorte é tão somente um estado de espírito. No final dos encontros
o repórter passou apenas a desejar boa sorte, pois, desta forma não tinha como
dar errado, uma vez que todos entendem de maneira positiva esta expressão.
Boa sorte.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigado. Fica com Deus.